"Diário de Viagens a Portugal
Sempre adorei História, em especial a História do meu país, quando era mais nova queria até ser professora e partilhar o meu conhecimento com as novas gerações e aprender algo com eles.
Mas a vida foi dura. Fui forçada a deixar a escola muito nova para trabalhar com a minha mãe numa fábrica. Comprava os meus livrinhos, mas tenho que admitir que grande parte da minha leitura a fazia na biblioteca (ia sempre a pé até lá nos fins de semana) ou enquanto desfolhava os livros na livraria. Ninguém se importava que ficasse lá a ler, mesmo sabendo que não ia comprar nenhum livro.
A determinada altura casei e fui viver para Matosinhos, para uma pequena casinha. Não tinha tempo para ir à livraria ou à biblioteca, muito menos para me tornar professora.
Então criei outros sonhos: viajar por Portugal com a minha família. Mas a vida pregou-me outra partida. O meu marido ficou aleijado e para sempre condenado a viver acamado, sem andar e quase sem se mexer. Nunca o deixei, como poderia deixar o meu amor assim?
Os meus sonhos perderam-se mas a minha sede de conhecimento nunca termina. Os meus filhos e o meu neto trouxeram-me de volta o desejo de ensinar e de conhecer mais da História do meu país. Sentados na cama, junto ao meu querido marido, contava-lhes todas as histórias e aventuras que sabia, mostrava-lhes livros e lia-lhes poemas.
Então um dia, já muito doente, a terminar as suas forças, o meu marido fez-me prometer que quando ele morresse eu partiria à descoberta de tudo o que tinha deixado para trás por ele.
Era a única coisa que queria, que fosse feliz como recompensa por todo o amor e dedicação que lhe dei a vida toda.
Eu prometi-lhe, e quando ele morreu… parti."
Mas a vida foi dura. Fui forçada a deixar a escola muito nova para trabalhar com a minha mãe numa fábrica. Comprava os meus livrinhos, mas tenho que admitir que grande parte da minha leitura a fazia na biblioteca (ia sempre a pé até lá nos fins de semana) ou enquanto desfolhava os livros na livraria. Ninguém se importava que ficasse lá a ler, mesmo sabendo que não ia comprar nenhum livro.
A determinada altura casei e fui viver para Matosinhos, para uma pequena casinha. Não tinha tempo para ir à livraria ou à biblioteca, muito menos para me tornar professora.
Então criei outros sonhos: viajar por Portugal com a minha família. Mas a vida pregou-me outra partida. O meu marido ficou aleijado e para sempre condenado a viver acamado, sem andar e quase sem se mexer. Nunca o deixei, como poderia deixar o meu amor assim?
Os meus sonhos perderam-se mas a minha sede de conhecimento nunca termina. Os meus filhos e o meu neto trouxeram-me de volta o desejo de ensinar e de conhecer mais da História do meu país. Sentados na cama, junto ao meu querido marido, contava-lhes todas as histórias e aventuras que sabia, mostrava-lhes livros e lia-lhes poemas.
Então um dia, já muito doente, a terminar as suas forças, o meu marido fez-me prometer que quando ele morresse eu partiria à descoberta de tudo o que tinha deixado para trás por ele.
Era a única coisa que queria, que fosse feliz como recompensa por todo o amor e dedicação que lhe dei a vida toda.
Eu prometi-lhe, e quando ele morreu… parti."
Foto da minha avó quando era nova:
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